segunda-feira, maio 21, 2012

SobreViventes'


Quanta beleza alguém tem de cultivar até morrer?
Não é possível guardar no espírito.
Na alma é que não se prende.
Já não sei se os pássaros voam,
Ou se sou eu que não saio do chão.
Quanta feiura alguém tem de cultivar até morrer?
Me disseram que é possível escolher.
Mas há pessoas que não escolhem o “não”.
Já não sei se fritam os gatos,
Ou se sou eu que perdi o apetite.
Quantas vidas hão de passar até se perder?
As estribeiras da alma, as ações sem bondade.
Perder tudo, sem alguma emoção.

(Suelen de Miranda)

*18-05-2012 / 23:22 
Além te perdido a fé na humanidade, não possuo fé alguma em mim mesma. Desabafo aleatório, uhum.
É tão fácil mentir. Até parece que se eu falar a verdade, ninguém chegaria perto de mim por não suportar ouvir mais. Parece bobagem, parece loucura. Penso assim também. Mas sou eu que sinto, e isto torna "me afastar de mim, e nunca mais retornar para perto" impossível, a não ser que morra. 
Deve ser por isso que me sinto tão cansada. Deve ser por isso que há vezes em que me flagro dizendo em voz audível para que cale a boca. Para que eu cale a boca. Para que tudo cale a boca.

segunda-feira, maio 14, 2012

Me ajuda'



Quem sou eu para dizer que não?!
Faz algum tempo que não pinto minhas unhas,
Não me olho no espelho.
Posso ouvir a canção dos oceanos, o chamado feito apenas para mim.
Meus cabelos estão maiores que de meu costume,
Não sei se gosto, não sei se não.
Já faz muito tempo que o tempo me abandonou.
Minhas palavras já não se conhecem,
E meus sentimentos apodrecem.
Quem sou eu para dizer que não?!
Tu já disseste que sim.
Me ajuda a enxergar,
Por mais que eu continue cega.


(Suelen de Miranda)

*Creio que foi escrito em março. Tem coisas que só fazem sentido depois, não?!
Há horas que estou entorpecida. Talvez seja dor demais. Dizem que isso acontece com ferimentos muito profundos.
Já nem sei.

terça-feira, maio 08, 2012

Mobília'




Faltam duas horas para que ele volte.
Ainda faz sol do lado de fora, mas o quarto quer dormir.
Não há ninguém na casa. Ninguém.
As cortinas dançam com a brisa que vem de longe;
É a única coisa que tem vida aqui.
Eu poderia esperar que ele me trouxesse um beijo.
Porém ainda faz sol do lado de fora, e o quarto quer morrer.
Não há ninguém na casa.
Não há ninguém capaz de ser alguém aqui.
Não há ninguém na casa.
Ninguém.



(Suelen de Miranda)

*08-05-2012 | 16h02  | "Saudade acaba de lembrar que tem força." 
- Não sei o que fazer da minha vida. Literalmente. 
E não há a quem culpar.