terça-feira, novembro 29, 2011

Corações sensíveis'




































E fez-se silêncio;
Todo o silêncio que poderia caber em um só lugar: estava em meu quarto.
Ele deixou a cama, as roupas, a cadeira. Deixou o computador, a televisão, os livros;
Me deixou em mim. Ele foi tomar banho.
Estava tão distraído, tão perdido de si;
Ele apenas camuflava seu pânico dentro de seus lábios. Apenas manteve o que achava que iria melhorar as coisas entre nós. Que coisas?
E fez-se silêncio;
Exceto por um coração sensível tocando ao fundo, feito de voz suave, feito para me fazer.
Eu estava na cama, nas roupas, na cadeira. Estava no computador, na televisão, nos livros;
Estava em mim. Eu escrevia sobre ele.
Eu apenas registrava o que sabia. Apenas tentaria um pouco mais por ele. Sempre mais.
E ele voltou.
E fez-se silêncio.
E...

(Suelen de Miranda)

*Acho que preciso ser diferente. Não por mim.
Não por mim desta vez.

sexta-feira, novembro 25, 2011

Tempestade'

Foi um lindo dia. O céu estava cheio das nuvens que gosto de ver. Foi lindo.
Foi tudo para todos, e para mim nada.
A mulher dos cabelos de fogo passou por mim mais vezes do que de costume. 
Ele forçou os lábios durante minha infância instantânea. Forçou os cantos para cima. Forçou rir.
Ela sobreviveu a mais um dia como se estivesse bem. Foi lindo.
Foi uma manhã que não vi voar, e uma tarde que digeri. Foi lindo.
E agora absorvendo a noite. Noite que nada. Que tudo. 
É uma linda noite, a música faz o quarto dançar, as roupas são confortáveis.
Ele deixa que o mais de tudo o distraia, desde sua superfície até seus joelhos.
Foi um lindo dia. É uma linda noite. Não importa se eu me cansar;
Eles não irão parar de brincar.
Tudo pode ser lindo.
Mas estou tão cansada que nem me lembro porque comecei a escrever.
Boa noite.

(Suelen de Miranda)

*Não quero mais psicóloga, nem psiquiatra. Nem droga de psique nenhum.
Não quero isso. Não quero aquilo. Estou cansada disso e daquilo. 
-Cortei o cabelo novamente. Ah como é deliciosa a sensação de mudança e controle e renovação e sei lá o que. 

segunda-feira, novembro 21, 2011

Desejos'



Hoje a noite caiu como véu em corpo nu, mas eu não a vi.
Ele chutava as respostas dos seguintes dias, como se de nada mais fosse precisar;
Como se de tudo já houvesse tido, como se já tivesse sido.
Porém mesmo que a doença me pregasse ao chão, minhas mãos giravam abaixo das nuvens;
Meu corpo girava como se o corpo nu pudesse um dia ser o meu.
Mas eu deixarei este lugar, deixarei para ti visitares;
E ver todos os lugares que fiz questão de atar com fita adesiva.
Sim, hoje a noite caiu como seda sobre porcelana, mas eu não a vi.
Ele tragava o pânico de todos os cantos, sugava de cada um;
Como se eu já houvesse partido, como se eu já houvesse o deixado.
Tudo no abismo dele, no abismo do céu;
Onde eu pedindo - girando -, e pedindo por inspiração;
Onde ele lutava com as respostas dos passados dias;
Onde eu meu corpo e o dele ainda giravam pedindo por mais de tudo;
Onde nunca sabemos onde estamos;
De onde deixaremos, onde seremos nós a visitarmos.

(Suelen de Miranda)
*or not.

terça-feira, novembro 15, 2011

Ruínas de sol'


É de beleza imensa, se parares para perceber.
As ruínas do céu e da terra acima das pálpebras dos homens; 
Acima de seus chifres.
Fume seu último cigarro, e respire a fumaça sem tragar a morte.
Junto de ti voam milhares de outros fantasmas, de outros passados.
É belíssimo, sim, é maravilhoso. 
Poderia chorar ao assistir daqui; as pessoas que brincam, que acham que vivem e morrem.
Poderia também reconstruir as muralhas a partir do mármore mais caro;
Por baixo dos pés dos homens, abaixo de suas retinas.
Beba um último gole de seu vinho favorito. Não me fará falta.
E mesmo que não fume, e prefira vodca, eu ainda poderia ajudar.
É de beleza que se faz, se parares para perceber;
De beleza e só, de amor e só.
O pôr-do-sol já não pode ser vendido;
E está demasiado caro para comprarmos.


(Suelen de Miranda)

*Let's change.
Charge.
Let's do what is needed.

domingo, novembro 13, 2011

Inspirar'

 
Olá.

Já faz tanto tempo que não lhe trago algo para beber, mas preciso contar coisas.
Preciso lhe contar coisas de mim, e nada mudou. Eu ainda desejo os mesmos desejos.
Ontem antes de dormir ele me olhou com os olhos fechados.
E mesmo que eu tenha pedido à chuva, eu o assisti morrer.
O amor em cada esquina de seus olhos, jorrando por toda perfeição angulosa de sua face.
É como a música que tu mais gostas.
Ontem antes de dormir eu amei o homem sem barba.
Mas já faz tanto tempo que não lhe trago algo, já não sei o que oferecer.
A inspiração ressonava em meus braços, mas já não sei como escrevê-la.
Ontem ele me inspirou.
Mas já faz tanto tempo que não.
Me perdoe.
Até mais.

 (Suelen de Miranda)

*Neutra. 
Bom?
Não.
Não lembro se já recomendei aqui a banda: City and Colour.
Enfim, as músicas 'dele' salvaram minha vida algumas vezes. Ah... e são inspiradoras.